O cigarro eletrônico, também conhecido como vape ou e-cigarro, é um dispositivo eletrônico alimentado por bateria que simula o ato de fumar. Ele utiliza a vaporização do e-suco ou e-líquido, que geralmente contém nicotina, permitindo que o usuário inale o vapor. Esse dispositivo possui um recipiente no qual é inserido um cartucho ou refil contendo nicotina líquida, disponível em concentrações que variam de zero a 36 mg/ml, e, em alguns casos, até mais. O atomizador é responsável por aquecer e vaporizar a nicotina, enquanto um sensor acionado durante a inalação ativa o microprocessador, que por sua vez ativa a bateria e a luz de LED, caso exista no modelo utilizado. Atualmente, estamos na terceira geração dos cigarros eletrônicos. A primeira geração consiste em produtos descartáveis e não recarregáveis, com formato semelhante ao de um cigarro tradicional, no qual uma luz de LED simula a brasa do cigarro durante a inalação. Esses dispositivos são comercializados tanto com nicotina quanto sem ela. Ao inalar, os usuários absorvem os vapores gerados a partir de soluções conhecidas como e-liquids ou e-juices, que contêm solventes, concentrações variadas de nicotina, água e aromatizantes. Os solventes mais populares utilizados nos e-liquids são a glicerina (geralmente de origem vegetal) e o propilenoglicol. O glicerol pode ou não estar presente nos cigarros eletrônicos. Teoricamente, estima-se que a temperatura de vaporização da resistência possa atingir até 350°C. Essa temperatura é suficientemente alta para induzir reações químicas e alterações físicas nos compostos presentes nos e-liquids. Tanto a glicerina quanto o propilenoglicol demonstraram se decompor em altas temperaturas, produzindo compostos carbonílicos de baixo peso molecular, como formaldeído, acetaldeído, acroleína e acetona. No entanto, essas substâncias foram encontradas em quantidades até 450 vezes menores do que as encontradas nos cigarros tradicionais. Devido aos graves danos à saúde causados por e-liquids falsificados, os Estados Unidos anunciaram em 2019 a intenção de proibir a comercialização desse produto no país. Naquele ano, seis jovens usuários morreram de uma doença pulmonar ainda pouco conhecida, que causa dificuldade para respirar, dores abdominais, tosse, náusea, vômito e altas concentrações de acetato de vitamina E.